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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Até...


No meio da tempestade, sem roupas para proteger o corpo, nem felicidade para proteger a mente...
Há um caminho a seguir, um destino a cumprir, mesmo com o desvio da encruzilhada; até onde se está disposto a seguir?
Eu que caminhei descalça, que fui nua e desprotegida até o caminho da direção destinada... Posso voltar atrás agora? E se eu decidisse pelo outro caminho? O mais fácil, menos dor, sem arrastar ninguém comigo para a lama misturada aos espinhos do que um dia já foi uma roseira...
Pó...
Água... Chuva...
Os galhos secos jogados ao chão mostram o poder do frio, do tempo passando, das linhas das palmas se apagando com ele... A água que cai do céu é a água que um dia já pertenceu ao corpo jovem, elástico, que agora morre, cada dia mais, aos poucos... E assim vai.
Mesmo se um poder maior estivesse em questão, o que mudaria? Poderiam os arbustos velhos, espinhosos e secos  voltar no tempo e se transformarem novamente em roseiras lindas e perfumadas, que apesar dos espinhos, ainda estão fortes e bem cuidadas?
Mas a roseira não é exemplo, ela fere... Mas o que não o faz? O amor? Que nada, para se sentir felicidade, é necessário que se saiba o que um dia já foi a tristeza.
O cansaço vai corroendo aos poucos, levando a esperança embora, ou, ainda pior, enterrando-a dentro do peito, onde só podemos sentir a lembrança, não mais a presença da convicção que um dia estava gritando: Eu não vou desistir!
O espirito que um dia havia pertencido à jovem corajosa, destemida, forte e invencível por todas as situações está fraco, pede por ajuda, implora por perdão por algo que nem sabe se fez para merecer a agonia que o corpo desnutrido agora sente.

Dor? Se ao menos houvesse algo além do vazio e da agonia, da ansiedade, da impaciência, aí então pelo menos ainda haveria um motivo, uma razão para que a alma lutasse um pouco mais. Só um pouco mais. Uma pitada de esperança que pudesse trazer de volta todos os instintos protetores de se viver e morrer por alguém, mesmo que esse alguém fosse a sí mesma. As sombras preenchem todos os vazios, mas são sombras, então o que tais revelações poderiam fazer por alguém que é algo fisico, palpável, e não é feito de fumaça... Está ali, mesmo que o ódio impeça de enxergar, está ali. Ainda espera, ainda morre todo dia. Até quando?


Ândrea L.

domingo, 1 de julho de 2012

Ser criança...

"Eu sempre me pergunto onde foi, em qual momento da infância, que nós nos esquecemos da pureza, das promessas e passamos a não nos importar mais com os laços antigos de amizade.
Um filme antigo, que descrevia em suas cenas tudo o que nós queríamos sentir e prever;
Um desenho qualquer na TV, que nós e só os melhores amigos sabíamos a musica da abertura;
Uma brincadeira qualquer, que sempre resultava em discussão, mas, que logo era esquecida com alguma trapalhada...
Quando, eu me pergunto, nos esquecemos que dividir a balinha e o balanço era mais divertido do que brincarmos sozinhos?
Quando foi que passamos a ignorar quem antes, como os pais - por exemplo, nos dava afeto e era quem nós aguardávamos ansiosos pela chegada?
Quando foi que esquecemos que a vida é ser feliz e não ser egoísta?
Quando foi que nos esquecemos que brincar e assistir televisão é o melhor remédio?
Quando nos esquecemos de ser criança?

Eu só espero, não importa o quão velha eu seja, que eu não seja antiquada e aceite mais as pessoas como elas são, assim como era antes, sem me importar com a cor, as questões sociais ou as opiniões alheias...
Desde que eu não seja assim, eu aceito...
Aceito envelhecer, não ser mais criança... envelhecer junto a quem amo e descansar em paz depois... de muito tempo!"

Ândrea Lemes

sábado, 18 de fevereiro de 2012

A Sonhadora


Era tarde. Ela já dormia faziam algumas horas. Não passava das tres da manha, e o céu estava cintilando com luzes ameaçadoras da lua em direção à janela do quarto. Ela não conseguia dormir há dias, corrijo; ela se esforçava para não dormir há dias. Aquela madrugada sombria não parava de piorar, em seus sonhos ela se escondia embaixo de um salgueiro chorão. Tentava se esconder da chuva, mas parecia que havia algo muito mais ameaçador do que simplesmente aquela garoa gélida da noite. No sonho ainda não era madrugada, devia ser onze horas da noite, ou menos, mas, a noite estava mais horripilante que a noite real, onde o vento batia forte na janela e provocava calafrios na garota enquanto ela dormia.
De repente a janela se abriu, porém ela não acordou com o barulho oco que a janela fez ao ser aberta à força de madrugada. Um homem a observava.
Em seus sonhos, havia um túmulo próximo á arvore onde ela se escondia, ela observava o túmulo, mas, tinha medo de se aproximar, ela sabia que tinha que fazer algo para que sobrevivesse, sentia seu corpo verdadeiro gelar, mas, ela precisava continuar. Correu até ele. O tumulo era rosado, mas ficava com uma aparência laranja de acordo com a quantidade de luz do luar que batia nele. Havia uma inscrição na placa de ferro que aparecia ali.
“Aqui jaz um traidor da familia Greenhouse!”
Assim que ela tocou na placa ela teve uma visão, uma das muitas que costumava ter quando estava acordada, era a primeira vez que tinha uma visão durante um sonho.
Um homem corria em direção à uma casa, era quase um palácio, e tinha caes enormes no portao, mas eles pareceram nao o estranhar. Ele entrou, pediu abrigo e foi recebido por um abraço caloroso do dono da casa, um garoto, sinal de que se conheciam. Devia ser por volta das duas horas da tarde, estava chovendo e o sol estava forte. Assim que ele estrou na casa a chuva parou. A porta se fechou atrás dela, ela observou que ninguém a enxergava, então, seguiu o sujeito que havia corrido até lá. Ele esperou até que o garoto se cansasse de conversar com ele e fosse assistir televisão. Subiu as escadas devagar e abriu a porta do quarto da menina. Ela olhou para ele com um ar de apaixonada e deixou com que entrasse.
-Achei que não viesse hoje! - Disse ela, se aproximando dele. Não tinham uma diferença de idade muito grande, ela aparentava menos de vinte anos e ele também.
-Eu prometi que viria te buscar.
-É. meus pais não aprovarão o nosso casamento...
-Eu imagino. - Depois de dizer isso ele se aproximou dela e a beijou, a empurrou suavemente com seu corpo para que ela se deitasse por baixo dele.
-Não... e se você não se casar comigo? Vou ficar desonrada!
-Você não tem com o que se preocupar!
Ele tomou ela em seus braços, a beijou nos lábios e arrancou a roupa dela com força. A camisola que ela vestia era frágil, portanto, nem fora dificil fazer aquilo.
-Eu esperei tanto por isso! - Disse ela
-Eu também.
Eles se beijaram e ele acariciou seus seios, como ela fosse a jóia mais preciosa do mundo, depois, os apertou com força, mas sem machucar. Ele podia ouvir os gritos surdos de prazer da garota, e nao parou. A beijou com mais força, passeou com as mãos pelo corpo nú da jovem e tirou a própria roupa. Ao ver o parceiro nú como ela, ela o admirou mais uma vez. Musculos acentuados, um corpo realmente magnífico, pele clara, lábios carnudos e vermelhos como sangue fresco. Ela passou as mãos pelo corpo do rapaz e observou enquanto ele beijava todas as partes de seu corpo. Enquanto sucumbia ao desejo do rapaz, ela percebia o estado em que estava, nua, com o garoto que amava, e nao sabia descrever a melhor sensação que já tivera. A garota que observava a cena sabia o que ela sentia, mas, como não eram da mesma época, ela entendia que a menina nao podia saber, nascera censurada. Ela percebeu que o rapaz ganhara uma corrente da garota, depois de se amarem.  Observou a corrente e percebeu que era a corrente que seu pai usara a vida toda, e provavelmente a corrente que a colocara naquela situação. Puxou a corrente do pescoço dele, se surpreendeu com o peso da coisa, e com o fato que podia pegá-la mesmo em um sonho. Olhou para fora, percebeu que alguém chegara, mas, era tarde, ela correra pelas escadas, saiu pela porta. Tinha que correr, sabia disso. A visão passou, ela se viu arfando em frente ao tumulo novamente. A noite parecia menos pior do que há alguns minutos antes. A corrente ainda estava com ela. Apertou a corrente e acordou.
Ela estava em casa, no calor da sua cama. Percebeu que a janela estava aberta e que havia um bilhete perto do seu abajur.
“Obrigado! Você me libertou. A corrente que você segura agora carrega uma maldição, eu fui amaldiçoado pelo pai de sua mãe, a menina que você viu no seu sonho. Agora que você tem a corrente, sei que saberá usá-la para o seu bem, e saberá usufruir dos seus poderes. O túmulo era de seu avô, a mulher dele o matou por que ele matou sua mae assim que você nasceu. Sei que sentiu minha falta, mas, eu nao posso estar com você hoje, entretudo, amanha, você acordará e verá seu pai e sua mãe, juntos na cozinha. Só você sabe o que houve, a maldição foi quebrada depois de você voltar no tempo pelo seu sonho. Amo você filha!”
Ela soltou um suspiro e adormeceu novamente, certa de que aquilo não aconteceria novamente, mas, não se pode evitar o destino, ou será...

sábado, 21 de janeiro de 2012

Tarde

Suspirando, ela levantou do sofá e se dirigiu ao banheiro, estava cansada de ficar ali, sem fazer nada. Pegou as roupas do cesto de roupas sujas e começou a lavar uma por uma. Terminou as roupas, estendeu-as no varal que tinha ali e tomou seu banho. O tédio estava mortal, ela via a casa onde morava e tinha vontade de vomitar, nao porque estava doente, mas porque nunca tinha gostado daquela casa, a casa nao era dela, e isso sempre tinha sido motivo de humilhação. 40 anos, filhos que nao ligavam mais pra saber se ela estava viva ou morta, e como amante, apenas o seu travesseiro. Passava as manhas no trabalho, as tardes e noites em casa, a nao ser quando resolvia esquecer o mundo e sair. Andar até falar chega.
Naquele dia, depois de lavar as roupas sujas, organizou toda a casa, arrumou o quarto, lavou a cozinha, organizou a geladeira, e fez todo o resto, ela saiu.
Andou uns doze quilometros até se sentir cansada e parar, sentou num banco próximo, e em seguida se levantou novamente e fez o caminho de volta. Cansada, cheia de tudo o que estava à sua volta, nervosa, havia acabado de descobrir que tinha um tumor, e que o tratamento seria pesado.
Ela tinha netos, mas, e daí? eles tinham os pais, nao precisavam mais dela. Então, ela se levantou do chão onde estava sentada, foi ao banheiro e tomou um banho bom e gostoso. Passou o seu perfume favorito, depois se virou, ainda nua, foi até a cozinha, pegou a melhor da sua coleção, a faca mais afiada que tinha ali. Se deitou em sua cama, pensou em como tinha sido sua vida até ali, em todas as decepções e problemas. E fez o que queria fazer há muito tempo. Ela não suspirou nunca mais.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Aquilo...


E aquele friozinho na barriga, aquela incrível sensação de não saber o que fazer, de não saber onde pegar, o que pensar, como agir...
Aquela vontade incessante de virar o rosto, puxá-lo pra perto e pressionar os lábios contra os dele... de sentir o toque quente das mãos... de sentir o cheiro... de sentir...
A saudade do abraço, do beijo que no rosto foi dado, do carinho outrora trocado... dos detalhes de personalidade... do sorriso que acalenta, que é carente, que é potente, que apenas é! Tudo e nada ao mesmo tempo.
As lembranças dos pequenos toques, das caricias, dos segredos, não tão secretos, que apenas escondem os desejos mais profundos e imaculados, inocentes e ao mesmo tempo, nem tanto... 
Do cuidado, da preocupação... de coisas que fazem tudo fazer sentido, e que fazem o sentido de tudo parecer nada...  e que provocam calafrios, que fazem passar horas fantasiando e se sentindo boba por isso, que fazem tudo parecer sonho, que tiram a razão, dao mais importância à emoção... ao coração... à ilusão...
São aqueles que transformam sentimentos, que os provocam, que fazem de um pensamento inicial de amizade; pó, que transformam tudo em desejo, em vontade, vontade de estar junto, abraçado, mesmo que por um instante, mesmo que por mais um segundo, tais que fazem a cabeça girar, que fazem o coração acreditar, pelo menos uma vez, que a ciência deveria ser mais possível, criar uma maquina para teletransporte, ou nem criar, simplesmente estar ao lado, ser, ficar, e jamais sair... vontade de aproveitar os segundos de carinho...
E esse friozinho na barriga, que não me abandona, que insiste em trazer de voltas lembranças de algo que não aconteceu, de algo que pode acontecer, ou pode simplesmente ficar nas lembranças e sonhos pra sempre, perfeitos, intocados, puros...
E isso é o que eu chamo de sentimento, de paixão, ou até mesmo de amor... é assim que eu vejo...  toda essa confusão. Toda essa... coisa maluca chamada “paixão!”.

Ândrea Lemes

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A hora das estrelas...


E quando os bebes dormem, e elevam seus pensamentos para o céu, tais se transformam em sonhos para que a noite se ponha sobra seus tetos...
e assim, as estrelas se sentem a vontade para fazer-lhes travessuras nos sonhos, e despertarem, do intimo de cada ser humano, o desejo ou curiosidade mais viral, aquele que atravessa as entranhas e faz com que nossos corpos gozem de felicidade apenas em imaginar, como uma paixao remexida, como uma chama mal apagada, que sempre se acende; o sonhos acontecendo...
Assim é a noite, que, quando cai, iluminada pelo reflexo do sol; a Lua, nos faz sorrir, e olhar para as estrelas com olhar de apaixonados, talvez por alguém que nao sabemos onde está, o que está fazendo, ou se apenas se encontra sonhando como os bebês...
Por alguém que decifre-nos o íntimo e que nos faça revigorar as energias, que nos deixe desesperada apenas pela hipótese de descobrimento da alma, alguém que nos entenderá melhor que nós somos capazes de entender, e esse alguém, será quem entenderemos melhor do que a nós mesmos...
Mas é necessário amor, nao só a esse alguém, mas a sí mesmo, por que, esse alguém só virá, quando o destino achar que estamos prontos para amar alguém, exatamente como nos amamos, e nao mais.
No dia em que você olhar pro espelho e souber quem está olhando, e amar aquela pessoa apenas por que ela existe e por todos os pequenos e bobos detalhes; esse será o dia que você provavelmente estará pronto, que o destino dirá "Agora sim, eu vou fazer com que os dois destinados a viverem juntos, possam se encontrar, darei meu jeito, eles merecem!".
Mas, se por um acaso você já sente que se ama, espere, pois, as vezes, a pessoa destinada a você pode ter dificuldades em se amar, e portanto, é necessário esperar, para que o encontro de você e todos os momentos sejam imperfeitos, pois, a própria perfeição é um sinal de que estamos classificando algo, e isso, por sí só não é perfeito!

E isso foi apenas um delírio, de uma noite quente e iluminada, um delirio inusitado que surgiu...
da hora das estrelas... <3  *-*

Ândrea Lemes

sábado, 29 de outubro de 2011

Uma carta pra mim!


Oi linda! tudo bem com você? como foi seu dia?
Ei, se houve algo errado, não se estresse, você nao teve culpa, e se teve, relaxe, você supera, e arruma tudo. Eu acredito em você. 
Ei, sabia que eu te amo muito! Eu amo quando você consegue fazer alguém feliz, sabendo que isso te deixa feliz, amo quando você se olha no espelho e fica fazendo caretas e depois ainda ri de si mesma, se achando uma idiota, mas, quem nunca fez isso?
Ei, eu te observei sempre, mas, nem sempre te enxerguei como devia, mas, que tal agora? Se sente bem? Como vao suas práticas? Quero que saiba, que sempre que precisar, a força estará com você, ai dentro do seu peito, isso mesmo, no seu coração! Ei, você sabe disso tudo né?
Sabe o que mais? Adoro quando você olha daquele jeito apaixonado pra algum garoto e solta um suspiro, e ao mesmo tempo, pensa, insegura "ele nunca vai olhar pra mim", e quando você quase se derrete quando ele te pede licença no corredor?! nossa, isso é o maximo!
Adoro quando você olha pra aquela sua sobrinha linda e meiga e pensa "Meu Deus, como ela e linda! E má!"
Amo quando você acorda e medita, ou tenta, pra tentar levantar e seguir seu dia.  Quando você olha pros livros e faz cara feia de preguiça de lê-los.
Amo quando você se concentra em algo e perde completamente a noção do tempo. Amo quando você tem vontade de cozinhar pros outros e começa a ficar animada só com a hipótese. Quando você olha pra cara da pessoa comendo seus biscoitos e fica esperando, que nem uma gatinha manhosa, a pessoa te olhar e dizer "nossa! que delicia, foi você quem fez?" e você ficar toda lisonjeada.
Enfim, não vou ocupar seu tempo demais, por que sei que você tem muitas coisas a fazer, por isso, só passei pra te dizer isso tudo, que TE AMO, e que te amo mais do que eu mesma imagino.
E linda, nunca perca as esperanças, se alguém te desapontar, olhe pra si mesma, no espelho e diga "eu sei que eu sou mais eu, e que eu posso contar comigo mesma!" 

Essa é uma carta pra mim, se eu posso escrever coisas gentis pros outros, por que nao uma pra mim? mostrando pra mim mesma o que eu amo em mim! Amor próprio! *-*

Ândrea Lemes